Sobre os começos

Perdi a conta de quantas vezes ensaiei começar esse perfil. Acredito que a maioria de nós poderá concordar que os começos, com frequência, nos trazem medo. O medo de errar, de se expor, de não ser bom o bastante...

E, não à toa, uma resposta muito comum diante do medo é paralisar, assim não temos de assumir os riscos de nossas escolhas nem lidar com as possibilidades de "sucesso" ou "insucesso" delas.

No entanto, toda vez que deixamos o medo vencer, privamos a nós mesmos de possibilidades de realização. Nunca saberemos o que poderia ter sido se permitirmos que a insegurança e o medo continuem a nos guiar. Ironicamente, a vida que desejamos viver talvez esteja do outro lado dos desconfortos que tentamos evitar.

É claro que, às vezes, evitar alguns desconfortos pode significar respeito para com os próprios limites. Mas não é disso que estamos tratando aqui. Me refiro a todas as vezes que falamos "não" para toda e qualquer situação nova com o potencial de nos fazer crescer apenas por causa do medo. E, nessa tentativa de nos proteger, acabamos nos sentindo cada vez mais encolhidos diante do mundo.

A constante busca por perfeição ou a espera pela "hora certa" são também algumas das justificativas que usamos para, consciente ou inconscientemente, permanecermos inertes e nos blindarmos do profundo mal-estar existencial que acompanha a responsabilidade de agir. A realidade é que se não tivermos coragem de arriscar e dar o primeiro passo, condenamo-nos a viver à margem da própria existência.

Nas palavras de Elisabeth Kübler-Ross, em Life Lessons, "Há sonhos de amor, vida e aventura em todos nós. Mas também estamos tristemente cheios de razões pelas quais não devemos tentar vivê-los. Essas razões parecem nos proteger, mas na verdade elas nos aprisionam. Elas mantêm a vida à distância. A vida terminará mais cedo do que pensamos. Se temos bicicletas para andar e pessoas para amar, agora é a hora."

Como isso chega pra vocês?

Faz sentido?

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Sayonara Gomes Barbosa

CRP 13/9154